Delirium (por Jacob Ankney) |
Abriu a porta do banheiro, rejeitando
o fato de que ele estava tomando banho, de que ia se molhar toda, de que aquele
não era o momento. Abriu as portas do que agora era seu pequeno paraíso, pois
era onde ele estava abrigado. Rejeitou o tempo, o medo, o adeus. Deixou a
música entrar na sua alma, e o beijou, como se fosse a primeira vez, como se
fosse a última.
E o tempo parou, o mundo se
desfragmentou. Sentia o mesmo frio na barriga da primeira vez, o calor no
coração. A mente indo pra longe, longe num lugar onde só havia paz, onde só
havia amor. E foi feliz, por um segundo eterno foi feliz.
Até se dar conta de que estava apenas
diante da tela, escrevendo apenas mais uma das cenas que só iria acontecer
dentro da sua cabeça.
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