quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Delirium

Delirium (por Jacob Ankney)



Abriu a porta do banheiro, rejeitando o fato de que ele estava tomando banho, de que ia se molhar toda, de que aquele não era o momento. Abriu as portas do que agora era seu pequeno paraíso, pois era onde ele estava abrigado. Rejeitou o tempo, o medo, o adeus. Deixou a música entrar na sua alma, e o beijou, como se fosse a primeira vez, como se fosse a última.

E o tempo parou, o mundo se desfragmentou. Sentia o mesmo frio na barriga da primeira vez, o calor no coração. A mente indo pra longe, longe num lugar onde só havia paz, onde só havia amor. E foi feliz, por um segundo eterno foi feliz.

Até se dar conta de que estava apenas diante da tela, escrevendo apenas mais uma das cenas que só iria acontecer dentro da sua cabeça.

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